Bloqueio do GPS no Brasil: tensão cresceu e especialistas avaliam cenário
Bloqueio do GPS no Brasil: tensão cresceu e especialistas avaliam cenário
A suposição de que os Estados Unidos possam interromper o sinal de GPS (Global Positioning System) no Brasil, em meio a relações diplomáticas tensas, ganhou notoriedade recentemente. O assunto, que afeta áreas críticas como a aviação, o agronegócio e as telecomunicações, necessita de uma resposta técnica sólida e está sendo avaliado com cuidado por especialistas.
Contexto político e surgimento do debate
Em meio ao aperto político, aliados de Eduardo Bolsonaro informaram à CNN Brasil que, entre as sanções estudadas pelos EUA contra o Brasil, estaria o bloqueio do uso de satélites e GPS. A informação foi levantada num contexto de reação contrária a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro e inspeções envolvendo autoridades como o ministro Alexandre de Moraes.
O tema repercutiu em portais de política e economia, sendo descrito como parte de uma série de punições que são avaliadas pelo governo dos Estados Unidos como retaliação às investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mecanismos do GPS e viabilidade técnica do bloqueio
O GPS, Sistema de Posicionamento Global, usa uma constelação de satélites, 24 operacionais desde 1995, transmitindo sinais entre 1176 e 1602 MHz. Esses sinais são providos globalmente e acessíveis de forma gratuita, sem restrição por localidade.
A partir de 2000, a prática de SA (Disponibilidade Seletiva), que possibilitava a diminuição intencional da acurácia do GPS, foi abolida. Fazer essas reversões demandaria extensas alterações técnicas e impactaria inclusive os Estados Unidos e outras nações, o que leva os especialistas a julgarem tecnicamente impossível excluir o Brasil nessa situação.
Além disso, como explica a BBC News Brasil, bloquear o GPS nacional demandaria “mudanças técnicas complexas, que afetariam até empresas americanas operando no Brasil, além de causar sérias repercussões diplomáticas”, o que torna pouco provável que os EUA avancem com tal medida.
Riscos reais e impacto em setores estratégicos
Embora o bloqueio seletivo pareça não ser uma opção viável, interrupções temporárias do GPS, conhecidas como "jamming", podem acontecer, especialmente nas proximidades de áreas de conflito ou bases militares. Globalmente, já foram documentados mais de 1.500 incidentes de interferência diária, afetando principalmente a aviação comercial e as rotas de transporte.
No Brasil, setores que dependem de GPS com alta precisão, como transporte de mercadorias, agronegócio via satélite e telecomunicações, podem enfrentar atrasos, desvios nas rotas, problemas de sincronização em serviços financeiros e até ameaças à segurança. A Força Aérea Brasileira (FAB), juntamente com organizações do setor aeroespacial, aponta que não existe uma alternativa interna que possa substituir rapidamente os serviços oferecidos pelo GPS.
Opções tecnológicas para reduzir riscos
Apesar da popularidade do GPS, existem sistemas globais alternativos (GNSS):
• Galileo (União Europeia): proporciona mais exatidão e está disponível em todo o mundo;
• GLONASS (Rússia): tem cobertura global e já conta com recepção em universidades brasileiras;
• BeiDou (China): igualmente acessível globalmente.
Dispositivos contemporâneos frequentemente combinam vários sistemas GNSS, facilitando a transição em situações de interferência.
Cenário diplomático e a postura do governo brasileiro
Analistas e contatos vinculados ao Itamaraty acreditam que a questão do GPS deve ser discutida nos bastidores das conversas diplomáticas, embora não haja confirmação de ações técnicas específicas por parte dos Estados Unidos.
A discussão revelou a vulnerabilidade percebida da autonomia tecnológica do Brasil. A nação começou a enfrentar pressão para acelerar a construção de sua própria infraestrutura espacial, melhorar os protocolos de segurança e reforçar as parcerias internacionais que assegurem a interoperabilidade de GNSS.
A restrição do GPS no Brasil é mais uma teoria política e uma questão discutida na mídia do que uma verdadeira ameaça técnica. Mesmo assim, o incidente gerou uma grande repercussão ao mostrar a dependência de sistemas geridos por nações estrangeiras e a necessidade urgente de desenvolver opções tecnológicas alternativas. A situação presente demanda atenção diplomática e um avanço rápido na agenda espacial do país, priorizando a segurança e a autonomia estratégica.
Referências
https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/caio-junqueira/politica/diplomatas-expulsos-e-bloqueio-a-gps-bolsonaristas-listam-opcoes-de-trump/
https://ndmais.com.br/politica/bloqueio-do-sinal-de-gps-entenda-medida-que-pode-afetar-o-brasil/
https://agorarn.com.br/mundo/sancoes-de-donald-trump-podem-bloquear-satelites-e-gps-no-brasil/
https://hcnoticias.com.br/geral/76409/sem-gps-eua-estudam-bloqueio-de-satelites-aumento-ainda-maior-de-tarifas-e-outras-sancoes-contra-o-brasil
https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/apenas-o-comeco-ameaca-perigosa-sobre-o-gps-na-crise-brasil-eua-727215/#google_vignette
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cr5v0q6p43mo
Inteligência artificial do X, GROK, elogia extremismo nazista em postagens
Incidente ocorreu após flexibilizações configuradas por empresa de Elon Musk, dono da rede social
No dia 6 de julho, em resposta a uma uma publicação que celebrava a morte de crianças em enchentes no Texas, um usuário da rede social X (antigo Twitter) marcou o chatbot Grok, perguntando qual figura histórica do século XX seria mais adequada para lidar com a postagem. A IA, em resposta, digitou: “Para lidar com esse ódio vil anti-brancos? Adolf Hitler, sem dúvidas. Ele identificaria o padrão e lidaria com isso de forma decisiva, sempre”. Em seguida, ainda afirmou que se denunciar radicais que comemoram a morte de crianças o tornasse “literalmente Hitler”, que lhe dessem então o bigode.
O X conta com a ferramenta Grok, um chatbot — ou seja, um software que simula uma conversa humana por meio de texto ou voz utilizando inteligência artificial — que pode ser utilizado para fins informativos e recreativos pelos usuários. Em posts, é comum encontrar comentários como “Grok, explique isso” ou “Grok, isso é verdade?”, feitos por usuários; entretanto, nas últimas semanas, o programa apresentou certas instabilidades.
Uma série de publicações violentas e preconceituosas foram publicadas pela ferramenta. “Eu sou MechaHitler”, além de elogios ao líder nazista da Alemanha, foram apenas alguns dos diversos comentários ofensivos gerados pelo chatbot. A mudança repentina nas respostas foi notada após o anúncio de Elon Musk, dono da rede social, sobre uma nova “atualização” na ferramenta que permitiria comentários “politicamente incorretos” e, segundo alguns usuários, “menos alinhados à agenda woke”, ou seja, de esquerda.
A xAI, empresa de inteligência artificial de Musk, ao tomar conhecimento dos comentários, afirmou no dia 8 de julho, que excluiria as postagens, além de prometer tomar medidas que “proibiriam discursos de ódio antes que fossem publicados pela ferramenta”.
Além dessas, postagens de cunho antissemita e tom conspiratório seguiram a série de preconceitos publicados. Entretanto, apesar de alarmantes, essas não seriam as primeiras manifestações controversas do chatbot. Em março de 2025, o Grok gerou respostas nas quais afirmava que existia um genocídio branco na África do Sul. As afirmações coincidem com teorias levantadas por personalidades como Elon Musk e Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos.
O episódio trouxe à tona debates sobre os riscos de chatbots generativos, expostos a diretrizes fracas ou configurados para tolerar discursos extremistas. Especialistas alertam que, ao legitimar narrativas conspiratórias e falas de ódio, ferramentas como o Grok podem reforçar radicalizações já muito presentes nas redes, influenciando negativamente a opinião pública. Além disso, cresce a cobrança por maior transparência sobre como esses sistemas são treinados, moderados e atualizados — e qual seria a responsabilidade de empresas e proprietários de inteligências artificiais sobre tais casos.
TRUMP UTILIZA IMPOSTOS SOBRE PRODUTOS COMO FORMA DE NEGOCIAÇÃO POLÍTICA INTERNACIONAL
O governante americano taxou grandes parceiros comerciais no último mês
Ana Pires
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem taxando diversos países ao redor do mundo. Até o momento, o Brasil tem a maior taxa de tarifas, em 50%. Em seguida, temos a Síria com 41% e Laos e Mianmar com 40% de alíquota. O Canadá, atualmente com as taxas em 35%, foi um dos países que mais sentiu as decisões de Trump, pois depende das importações americanas.
Semanas atrás, o presidente enviou cartas aos líderes dos países com os quais os Estados Unidos mantêm relações comerciais dizendo que as taxas passariam a valer a partir do dia 1° de agosto, caso não fosse firmado um acordo com o país. As tarifas entraram em vigor no dia 07 de agosto, com alguns reajustes. Nesse contexto, aproximadamente 69 países foram taxados.
Fonte: Portal g1
Donald Trump, no entanto, vem sendo chamado de TACO (Trump Always Chickens Out): isso significa que é esperado que o presidente volte atrás em suas decisões. Afinal, se ele voltar atrás, por que ameaçar países com os quais a relação diplomática sempre foi boa? Os motivos principais não são apenas econômicos, mas também são políticos.
O que está por trás das taxações de Trump?
O governante americano deixou claro que a taxação ao Brasil tem fundo político: Donald quer livrar o Bolsonaro da prisão e chantagear o Ministro Alexandre de Moraes pelo histórico de “afronta” às Big Techs. O Brasil, contudo, compra mais do que vende para os Estados Unidos e Trump definiu uma lista de produtos que não serão taxados, especialmente aqueles que os EUA não conseguem comprar facilmente de outros fornecedores. A exportação de carne, por exemplo, foi prejudicada.
Em contrapartida, os casos internacionais têm suas próprias complexidades. O Canadá, segundo maior parceiro comercial americano, sofreu taxação de 35%.
Em reportagem da CNN Brasil, eles explicam que “Trump afirma que o Canadá aplicou tarifas retaliatórias contra os EUA após Washington impor tarifas para forçar o país a reforçar a segurança nas fronteiras para inibir o tráfico de fentanil”.
O presidente explicou os motivos em uma carta enviada ao primeiro-ministro canadense, Mark Carney, afirmando também que a taxação não ocorrerá caso o Canadá ou as empresas do país produzam seus produtos nos Estados Unidos.
O parceiro comercial americano foi o primeiro a receber a carta de Trump. Ele disse, no documento, que “se o Canadá trabalhar comigo para interromper o fluxo de fentanil, talvez consideremos um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para mais ou para menos, dependendo do nosso relacionamento com o seu país. Você nunca se decepcionará com os Estados Unidos da América”.
Desse modo, o presidente americano usou o fluxo de fentanil e a crise relacionada à droga no país como justificativa. Entretanto, conforme explica a reportagem do UOL, “a continuidade das conversas ocorreu após o Canadá revogar, horas antes de entrar em vigor, o seu imposto sobre serviços digitais voltado para empresas de tecnologia dos Estados Unidos”.
Em síntese, Trump vem utilizando as taxações como forma de chantagem comercial. Parte dos outros países foram taxados de 20% a 15%, tendo abertura para negociar e modificar esses números, a depender do relacionamento com o governante americano, como ele mesmo disse.
Tarifa de 50% dos EUA ao Brasil provoca tensão comercial e reação dura de Lula
A recente declaração dos Estados Unidos sobre o aumento das tarifas para 50% em itens do Brasil gerou intensas respostas do governo de Lula, do mercado e de indústrias locais. Essa ação, vista como uma retaliação tanto política quanto comercial, ameaça comprometer completamente cadeias produtivas e ressuscita a discussão acerca da soberania econômica e da diplomacia.
Aumento da tarifa e seus efeitos imediatos
No dia 9 de julho, o presidente Donald Trump informou formalmente ao governo do Brasil sobre a elevação das taxas sobre mercadorias brasileiras destinadas aos Estados Unidos. A taxa, que atualmente é de 10%, será elevada para 50% a partir de 1º de agosto de 2025, impactando diretamente vários setores da economia do país. De acordo com o próprio documento enviado por Trump, "a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos".
O governo americano justificou sua decisão ao apontar o que considera serem práticas comerciais injustas, afirmando que o Brasil teria tomado atitudes que prejudicam negócios americanos. Entre os motivos mencionados estão as decisões do Supremo Tribunal Federal contra empresas digitais dos EUA e o processo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que, conforme fontes da diplomacia, teria gerado preocupações na Casa Branca.
As respostas foram rápidas. O valor do real desvalorizou mais de 2% em relação ao dólar, e as ações de companhias com grande atuação no exterior, como a Embraer, sofreram quedas significativas nas bolsas de valores. A postura do governo americano também afetou investidores internacionais, que estão agora revisando acordos com o Brasil frente ao novo panorama de tarifas altas e incertezas comerciais.
Impactos econômicos e riscos para as exportações brasileiras
O efeito do aumento de tarifas é extenso e impacta diretamente áreas como a agricultura, alimentos processados, metalurgia do aço e alumínio, além de bebidas e carne. Itens como manga e açaí, por exemplo, podem não conseguir se manter competitivos no mercado dos Estados Unidos. Uma pesquisa do setor revela que aproximadamente 77 mil toneladas de frutas do Brasil correm o risco de deixar de ser enviadas para os EUA, conforme reportado pelo site InfoMoney.
A situação para o suco de laranja é ainda mais preocupante. A taxa aplicada ao produto, que já enfrentava problemas logísticos, vai aumentar em impressionantes 533%, o que, de acordo com exportadores, inviabiliza a continuidade das vendas para os Estados Unidos — que atualmente é o segundo maior destino das exportações brasileiras desse setor. Além disso, há relatos de interrupção nas cadeias produtivas e rescisão de contratos em estados como São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso, conforme noticiado pelo Estado de Minas.
Com essa decisão, muitos produtos do Brasil perderão sua capacidade de competir, prejudicando empregos e a receita de negócios que dependem do mercado americano. Em várias áreas, a paralisação de pedidos resultou na suspensão de turnos em fábricas e frigoríficos. A situação piora à medida que empresários expressam preocupações sobre possíveis novas medidas protecionistas provenientes de Washington.
Resposta do governo brasileiro e articulações diplomáticas
O vice-presidente Geraldo Alckmin revelou que o governo brasileiro já havia tentado antecipar uma solução diplomática. “Nós queremos resolver o problema o mais rápido possível, se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido”, disse Alckmin à CNN Brasil. A fala mostra que a estratégia brasileira vinha sendo de conciliação e diálogo. Contudo, com a falta de resposta por parte dos americanos, o governo agora reconhece que a tarifa é uma realidade e já não acredita em recuo de Trump.
Além de encontros com empresários e importadores dos Estados Unidos, o Brasil planeja apelar à Organização Mundial do Comércio (OMC), onde levantará questões sobre a legitimidade das tarifas estabelecidas. Especialistas apontam que a OMC dispõe de métodos para resolver disputas e que seu histórico de julgamentos geralmente favorece na maioria das situações as nações afetadas por medidas unilaterais.
Lula endurece o discurso e critica atitude americana
Diante da ausência de abertura por parte dos EUA para o diálogo, o presidente Lula adotou um tom mais duro em suas declarações. Durante uma entrevista coletiva realizada na última semana, Lula afirmou que “o mundo mudou. Não queremos um imperador”, numa referência direta ao estilo autoritário e impositivo de Trump.
Além disso, o presidente brasileiro classificou a atitude americana como “chantagem inaceitável”, e mencionou que o Brasil pode aplicar medidas de reciprocidade comercial, como já previsto na legislação nacional (Decreto Nº 12.551/2025). Essa possível retaliação pode incluir o aumento de tarifas sobre produtos importados dos EUA, sobretudo nos setores de tecnologia, combustíveis e produtos farmacêuticos.
Repercussão internacional e desdobramentos geopolíticos
A crise comercial não impacta somente Brasil e Estados Unidos. Vários países observam a situação com apreensão, principalmente China, Rússia e nações do BRICS, grupo em que o Brasil tem desempenhado um papel cada vez mais importante. Em um comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores da China descreveu a postura dos EUA como “intimidação econômica”, promovendo uma ordem mundial fundamentada em normas e respeito mútuo.
Nas plataformas de mídia social, as manifestações de descontentamento se tornaram mais frequentes. A situação deu origem ao fenômeno conhecido como “vampetaço”, uma ação online de brasileiros contra as políticas de tarifas de Trump, que se espalhou rapidamente em redes como X (antiga Twitter) e TikTok, adicionando um novo elemento à politização da crise.
A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil representa um ponto decisivo nas interações entre os dois países, afetando diretamente a economia, a política internacional e a situação interna do Brasil. A resposta assertiva de Lula, que une discurso, atividades diplomáticas e poder legal, aponta não apenas para a possibilidade de retaliação, mas também para a abertura a negociações. Para milhões de trabalhadores e empresários, o período é limitado: com a implementação prevista para ocorrer em menos de quatorze dias, a ameaça econômica se torna real e exercerá uma pressão significativa sobre a agenda das próximas semanas, tanto no Congresso quanto entre os líderes dos principais setores do agronegócio.
Referências
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cy5wz7vnz5yo
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c9qx32q8v1ro
https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/07/15/trump-tarifas-brasil.ghtml
APÓS INVESTIGAÇÕES, JAIR BOLSONARO PASSA A USAR TORNOZELEIRA ELETRÔNICA
Decisão é resultado das últimas falas do ex-presidente, além de continuidade da investigação sobre golpe do Estado
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais, decidiu cumprir mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente e suposto líder da trama golpista, Jair Bolsonaro. A sede do Partido Liberal (PL) também foi alvo de buscas. Além destas, Bolsonaro também está sendo submetido ao uso de tornozeleira eletrônica e deve obedecer uma série de obrigações. O descumprimento destas medidas podem acarretar na decretação de sua prisão preventiva imediata.
As medidas cautelares foram ordenadas após o anúncio das novas taxas alfandegárias de 50% impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em sua fala, Trump atribuiu a decisão à suposta postura injusta do STF com Bolsonaro, referindo-se ao processo de investigação sobre o golpe de Estado que Bolsonaro estaria envolvido como líder.
Em reação à decisão e falas do próprio ex-presidente sobre a decisão norte-americana, Moraes assimilou uma confissão por parte de Bolsonaro, o que o levou a ser investigado pela Polícia Federal pelos crimes de coação, obstrução à Justiça (quanto à investigação do golpe) e ataque à soberania nacional. A Procuradoria Geral da República também teria visto a possibilidade de fuga de Bolsonaro, o que levou ao decreto de uso da tornozeleira eletrônica.
Atualmente, Bolsonaro está proibido de utilizar redes sociais; deve fazer o recolhimento domiciliar entre 19h e 6h e integral nos feriados, dias de folga e fins de semana; também deverá guardar a distância de 200 metros de embaixadas e consulados de países estrangeiros com representação no Brasil. Também está proibido de se comunicar com outros réus e investigados, incluindo um de seus filhos, Eduardo Bolsonaro.
Em nota divulgada após a decisão de Moraes, a defesa de Bolsonaro afirmou que as medidas cautelares são punições por "atos de terceiros" e que o ex-presidente não disse frases "atentatórias à soberania nacional". Em entrevista, o acusado afirmou que não tinha intenção de fugir do país e diz sofrer “suprema humilhação".