Stúdio Ghibli® e a IA: Na Convergência da Arte Manual e da Era Tecnológica
Stúdio Ghibli® e a IA: Na Convergência da Arte Manual e da Era Tecnológica
O icônico estilo de animação do Stúdio Ghibli® se tornou popular nas plataformas sociais, porém, o movimento impulsionado pela inteligência artificial (IA) traz de volta discussões sobre moralidade, criatividade e autoria.
O Studio Ghibli® representa muito mais do que uma simples produtora de animação, ele é um verdadeiro criador de sonhos artesanais. Filmes como “A Viagem de Chihiro” e “Meu Amigo Totoro” cativam pelas suas estéticas detalhadas e pela delicadeza que só pode ser transmitida através da arte realizada por mãos humanas.
Entretanto, nos últimos tempos, uma nova tendência tomou conta das redes sociais: o uso de filtros e plataformas de inteligência artificial que convertem selfies e fotos normais em imagens “no estilo Ghibli”. Os resultados são realmente impressionantes, contudo, o que parece ser uma homenagem despretensiosa se transformou em uma fonte de conflito para aqueles que valorizam a integridade da arte original.
Reações da Família Miyazaki
Hayao Miyazaki, um dos cofundadores do estúdio, já havia expressado sua desaprovação em relação à inteligência artificial há alguns anos. Em 2016, ao ver uma animação criada por IA, ficou abalado e considerou “Estou completamente enojado. Se você realmente quer fazer coisas assustadoras, pode ir em frente e fazer. Eu nunca desejaria incorporar essa tecnologia ao meu trabalho. Sinto fortemente que isso é um insulto à própria vida”. Para ele, a criação artística deve surgir das emoções humanas e não de processos automatizados.
Seu filho, Goro Miyazaki, que também é cineasta, possui uma perspectiva mais realista, aceita que a IA pode eventualmente dominar a indústria audiovisual, mas reafirma que “as produções do Ghibli não podem ser substituídas”. Ele acredita que o toque humano é o que confere essência às obras do estúdio.
Criação ou Reprodução?
Embora tenha conquistado a aprovação do público, especialistas em propriedade intelectual e direitos autorais estão em alerta, muitas dessas plataformas utilizam obras protegidas para treinar suas inteligências artificiais, sem autorização ou compensação financeira. Isso gera debates tanto éticos quanto legais.
Ademais, existem reais perigos à privacidade. Algumas ferramentas pedem o envio de imagens pessoais e coletam informações sensíveis sem esclarecer as diretrizes de utilização. A crescente adoção dessas tecnologias aumenta a urgência por regulamentos, como o Projeto de Lei n° 2338/2023, que visa criar diretrizes para a aplicação de IA no Brasil.
Tecnologia vs. Tradição
A criação artística via inteligência artificial certamente proporciona novas oportunidades criativas. No entanto, quando ela busca replicar algo tão peculiar quanto a abordagem do Stúdio Ghibli®, a distinção entre tributo e apropriação se torna sutil. O estilo do estúdio japonês vai além de uma simples aparência, ele incorpora uma filosofia que valoriza a reflexão, a imperfeição e a atenção cuidadosa a cada aspecto.
A questão que emerge é: a IA é capaz de apreender essa essência?
O Equilíbrio de que Precisamos
A difusão do “estilo Ghibli através da inteligência artificial” evidencia a capacidade da tecnologia tornar diferentes estilos acessíveis e criar maneiras novas de serem expressados. No entanto, isso evidencia que nem toda criação tecnológica é imparcial.
Manter a arte como um campo de vivência humana ainda representa um desafio e, talvez, assim como os filmes do Ghibli nos mostram, também seja uma escolha.
Referências
https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/studio-ghibli-a-historia-da-
produtora-que-virou-trend-da-ia/
https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2025/04/01/um-insulto-a-propria-vida-o-
que-artista-do-studio-ghibli-pensava-sobre-inteligencia-artificial-antes-de-virar-
trend-do-chatgpt.ghtml
https://www.omelete.com.br/mangas-animes/studio-ghibli-x-ia-o-que-hayao-
miyazaki-pensa-sobre-o-tema
https://studioghibli.com.br/2025/04/02/studio-ghibli-vs-ia-porque-nao-usar-
imagens-no-estilo-ghibli/?srsltid=AfmBOoqOQKUAUayCxuaSd3DqcZMV2fpn_jnl-
XPa5fhIEKa7EAyCOrWz
https://www.meioemensagem.com.br/marketing/studio-ghibli-onda-nas-redes-
sociais-reacende-debate-sobre-ia-e-direito-autoral
https://www.youtube.com/watch?v=KWtsovGHIeQ
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/157233
A guerra comercial entre Estados Unidos e China
Entenda o jogo de tarifas que movimentam as principais peças do tabuleiro internacional.
A Comissão Tarifária do Conselho de Estado da China comunicou na manhã desta sexta-feira (11) – após o dólar atingir seu valor mais baixo em três anos – um reajuste de 125% no valor das tarifas aos produtos provenientes dos Estados Unidos. O novo aumento foi imposto no sábado (12) e é uma resposta à política tarifária implementada pelo presidente do país norte-americano, Donald Trump, com taxas que chegam a 145% sobre as importações chinesas. Esse é mais um momento marcante na escalada da chamada guerra comercial com os Estados Unidos, após o anúncio de tarifas globais feito pelo atual presidente estadunidense.
“Se tornará uma piada na história da economia mundial", afirma o governo chinês, que defende que o aumento de tarifas é um ato pouco inteligente. "Não há vencedor em uma guerra tarifária, ir contra o mundo só resultará em autoisolamento”, declara o presidente da China, Xi Jiping, em reunião com Pedro Sanchez, primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez.
O jogo tarifário de Donald Trump é uma forma de dissociação entre EUA e China, que impacta diretamente nas cadeias de suprimentos globais, grandes corporações espalhadas pelo mundo lidam com aumento de custos e atrasos. As indústrias, por pressão, buscam mercados e fornecedores alternativos, o que resulta em complexidade e ineficiência em cadeias de suprimentos anteriormente simplificadas. Essa movimentação traz à tona a fragilidade da dependência excessiva de mercados específicos, colocando em pauta uma reavaliação da resiliência da cadeia de suprimentos.
Ciência traz de volta Lobo-Terrível, animal extinto há mais de 10 mil anos
Entenda o caso do animal desextinto pela ciência da edição genética.
O Lobo-Terrível (Aenocyon dirus) é uma espécie que existiu há mais de 10 mil anos e habitou a América, território que hoje corresponde ao Canadá aos Estados Unidos, Chile e Argentina.
A empresa americana Colossal Biosciences anunciou na segunda-feira (07) ser responsável pelo que chamou de "primeiros animais desextintos do mundo". Os cientistas esclareceram que os animais foram criados por meio de edição genética.
Além de lobos, os pesquisadores também estudam a fim de realizar o mesmo procedimento com o Mamute-Lanoso (Mammuthus primigenius), com o Dodô (Raphus cucullatus) e com o Lobo-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus).
A criação dos lobos representa um avanço tecnológico surpreendente, mas os especialistas expõem que eles não são de fato os lobos-terríveis que viviam durante a era glacial. O zoólogo Philip Seddon, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, afirma que esses animais são Lobos-Cinzentos (Canis lupus), geneticamente modificados.
Em termos biológicos, os lobos-terríveis criados não possuem vínculos com a espécie primitiva, mas possuem características físicas similares, como: pelo branco, grande porte, ombros abertos, cabeça larga, mais músculos nas pernas e vocalizações típicas da espécie, marcadas por uivos e choramingos.
Vida fora da Terra? James Webb detecta possíveis bioassinaturas no exoplaneta K2-18 b
Descoberta inédita de gases ligados à atividade biológica amplia as chances de encontrar vida fora da Terra, mas cientistas pedem cautela enquanto novos dados são analisados.
O James Webb, um telescópio espacial desenvolvido pela National Aeronautics and Space Administration (NASA), a European Space Agency (ESA) e a Canadian Space Agency (CSA), foi responsável por detectar impressões químicas de gases – o dimetil sulfeto (DMS) e dissulfeto de dimetila (DMDS) – na atmosfera do planeta K2-18 b. Os resultados da pesquisa que levou à detecção foram publicados na revista científica "Astrophysical Journal", no dia 16 de Abril.
Os dois gases encontrados estão relacionados à atividade biológica de organismos vivos simples e podem indicar um claro sinal de vida no distante planeta. Esta não seria a primeira vez na qual a vida foi detectada fora do sistema solar, mas especialistas a apontam como a mais promissora em alguns anos.
O planeta K2-18 b trata-se de um exoplaneta – um planeta fora do sistema solar que orbita outra estrela, não sendo o Sol – super terrestre, com uma massa 8,92 vezes maior que a Terra a 124 anos-luz de distância. Apesar de descoberto apenas em 2015, o K2-18 b é centro de importantes evidências de vida, como metano e dióxido de carbono em sua atmosfera.
Os responsáveis pela pesquisa tratam-se de uma equipe de cientistas da Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos, liderados pelo autor principal, Nikku Madhusudhan. E, apesar da surpresa com a notícia, os pesquisadores ressaltam que ainda existem dados remanescentes a serem checados para uma conclusão definitiva. “Esta é a evidência mais forte até agora de que possivelmente existe vida lá fora. Posso dizer com realismo que podemos confirmar esse sinal dentro de 1 a 2 anos”, disse Madhusudhan.
Além disso, eles ressaltam que a bioassinatura não equivale à presença definitiva de organismos vivos, mas sim a um indicativo do processo biológico que, na Terra, é majoritariamente realizado por fitoplâncton e outros organismos marinhos.
Esta descoberta, apesar da necessidade de novos dados, representa um passo significativo na astrobiologia. Embora ainda não seja possível confirmar a existência de vida em K2-18b, os resultados abrem novas perspectivas na busca por mundos habitáveis além da Terra.